SOMENTE IR


                         
Por muito tempo repudiei qualquer aproximação.
Nenhum coração era bem vindo ao meu.
Afastei todas as hipóteses de amor, paixão, amizade colorida.
Sabia sorrir, conversar, entusiasmar e partir.
Sempre a mesma rotina.
Sem me frustar, nem chorar, e só curtir.
E estava muito bem assim, obrigada.
Mais nada.
Todos, transeuntes de minha companhia.
E assim eu vivia.
As vezes ficavam poeiras, mas fácil as varria.
Era tão mais fácil. 
Até o dia de te reencontrar. Maldito dia.
Experimentei a ânsia de querer tê-lo.
Devaneios de momentos juntos.
Delícias do toque, do cheiro, de desejo.
Beijar com vontade, com querer.
Volúpias derradeiras.
Não era pra ser tão bom.
E eu não tinha nada preparado. 
Não conseguí esconder meus medos.
Desabafei meus anseios.
E todos os cacos de meu viver.
E mesmo com meus defeitos,
Me engafinhou em seus braços
E aceitou-me como estava.
E não acreditei, nem mesmo no que sentia.
Veio de coração grande, de braços abertos.
Sem cobranças, sem desafetos.
Mesclou ódio e ternura.
Com essência de serenidade.
Aprisionou-me em teus pensamentos.
Bagunçou minhas idéias.
De modo simples, sem promessas.
Admiro tudo o que se transformou.
Antônimo de tudo que ví.
Talvez todas as qualidades reunidas que eu um dia pensei, 
Mas com a certeza que não encontraria.
Me vejo, aquí, sem saída, sem ter como voltar, sem querer voltar. Somente ir.


Por: Michele Fávero







Nenhum comentário:

Postar um comentário

 
Free Host | lasik surgery new york