Em tempos que as flores se abriam, sorrindo para o céu; Em alturas em que o mar banhava as praias trazendo do seu interior histórias que num começo da natureza aconteceram.
Foi aí que comecei amar, e até hoje e nunca deixarei de fazê-lo. Tudo era mais belo. As coisas eram perfeitas e era mais fácil haver amor entre todos os animais que existiam dentro de uma natureza virgem dos erros do homem.
Os animais falavam entre eles e homem respeitava as suas idéias e as suas características naturais. Era um mundo perfeito. Todos viviam felizes e não havia maldade.
Agora vou contar como me fui apaixonar por uma andorinha. Todas as primaveras chegavam andorinhas à procura de um clima mais quente. Eram aos milhares, mas o homem não aceitava a sua vinda e todas as primaveras se juntavam para caçá-las.
Para mim era uma enorme tristeza ter que me juntar com os outros, até que um dia resolvi fugir para bem longe. Corri sem olhar para trás, atravessando montanhas e rios até que encontrei o mar.
Estava numa praia para onde fugiam todas as andorinhas que conseguiam escapar. Elas ficaram com receio da minha presença e começaram a falar ”Dizendo que eram muitas, mas que não queriam me fazer mal.”
Uma delas, que liderava o bando pousou sobre o meu ombro e me falou ao ouvido: “se quiseres poder vir conosco. Vamos para o outro lado, porque lá ninguém nós faz mal e o clima é sempre ameno”.
Como não me sentia feliz junto de homens que foram contra as leis da natureza, aceitei ir com elas para o outro lado. Durante muitos dias atravessamos o mar até que apareceu terra novamente.
Realmente, ali elas eram felizes.
Poucos dias depois fiquei muito doente e uma mulher antiga, que diziam ter mais de cem anos, me disse que precisava de uma planta do outro lado do mar de onde eu tinha vindo.
Então a andorinha que me tinha convidado a vir com elas ofereceu-se a ir procurar a tal planta e partiu em busca da mesma. Passaram messes e eu ainda doente esperava aquela andorinha, mas o que eu queria era a ver de novo e não a tal planta, pois me havia apaixonado por ela.
Até que um dia comecei a melhorar, porque a vontade de ver de novoaquela andorinha me fez recuperar.
Passou quase um ano e ela ainda não tinha regressado. Eu já forte e recuperado, decidi ir à busca daquela andorinha num barco que havia construído.
Passei por tempestades, lutei contra a força do amar até que consegui chegar. Estava tudo diferente o mar tinha afundado aquela parte e nada havia sobrevivido.
Gritei vezes sem fim por ela e até cheguei a pensar que teria morrido também.
Uma voz cansada me fez despertar. Era ela esgotada de tanto tentar voar, mas nunca iria conseguir, pois tinha uma asa ferida.
Tratei dela até que ela voltou a voar de novo. Ficamos unidos para sempre e ainda hoje vejo as andorinhas chegar e não me esqueço que a natureza é bela.
Não só a natureza em si, mas também aquela natureza que há dentro de nós.
Que nos faz atingir coisas, ultrapassar problemas que por vezes pensamos não conseguir. E o amor faz parte dessa natureza que há dentro de nós. Ele é capaz de superar tudo por qualquer ser.
Por: Alberto Ricardo Monteiro
Escritor Português, atualmente reside na Suíça, nosso parceiro e leitor do blog.
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